Estamos vivendo talvez o pior período desde a desregulação de preços no Brasil, uma verdadeira crise na revenda: reflexo de uma política de preços perversa. Sentimos saudades dos tempos em que o governo regulava os preços…a que ponto chegamos? Nosso capital de giro foi embora, o faturamento dobrou em 1 ano mas as vendas caíram e a margem de lucro minguou.
Como é difícil ser empresário no Brasil e, principalmente, revendedor de combustível. Não conheço outro segmento econômico que seja mais regulado. Muitos revendedores não entendem a importância do poder associativo, participar dos movimentos em defesa da categoria.
Há mais de uma década nós revendedores participamos dos eventos anuais de lançamento do plano de marketing das distribuidoras, mas no final não passa de uma lavagem cerebral. O único interesse das distribuidoras é demonstrar a força da marca deles.
O aumento de participação no mercado dos postos bandeira branca mostra a nova realidade da revenda brasileira. Estou falando do “power to the people”. Já ouviu falar nesse termo? Em uma tradução livre, seria algo como “poder às pessoas”, o empoderamento. E no nosso caso, o empoderamento da revenda.
Diariamente tenho uma rotina de conversas com revendedores, seja para apresentações do sistema ClubPetro, dúvidas do dia a dia ou simplesmente um bate papo sobre negócios, pela amizade que construímos. E nessas conversas, assimilo algumas boas práticas.
Quando voltei da capital para trabalhar nos postos da família quis implantar um modelo de gestão mais focado em padronização de atendimento, como a prática de reuniões mensais com gerentes e frentistas, que continua até hoje.
No último dia 29, recebi um e-mail de um revendedor insatisfeito com o regime de contrato da distribuidora a que é bandeirado. Pelo conteúdo do e-mail, pude notar, além da sua insatisfação, a triste relação com a distribuidora e a decepção em se ver preso a um contrato que engessa seu crescimento.
Vender gasolina aditivada para mim sempre foi um desafio, a vida toda desvalorizamos o produto e os clientes nunca foram incentivados, assim como meus funcionários. Eu entendia que meu cliente não queria a aditivada, que o fato de ser do interior seria mais difícil vender o produto. Não percebia, mas era eu quem colocava dificuldade em tudo, tinha esse bloqueio em relação à gasolina aditivada.
Uma frase que sempre está presente nas reuniões com minhas equipes é: “as inovações chegam para ficar”. E precisam beneficiar a todos, mas algumas apresentadas pelas distribuidoras e seus planos de marketing têm me preocupado, não estou vendo o revendedor como um dos beneficiados. Afinal, você é revendedor ou gerente de um posto da distribuidora?