A semana seguinte após greve dos caminhoneiros foi uma balde de água fria para a revenda, um fenômeno desconhecido até então. Uma debandada dos clientes, os postos às moscas e frentistas à toa. Não imaginávamos que a corrida desenfreada atrás do combustível, enquanto os caminhoneiros estavam parados, iria repercutir em quedas próximas a 40% nas vendas nos 10 dias após o fim da greve, todos estavam com os carros de tanque cheio.
A partir desta segunda quinzena de junho, as vendas e o movimento começaram a normalizar. Resta a nós revendedores, a esperança através das sugestões apresentados pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), no documento: “Repensando o setor de combustíveis: medidas pró-concorrência”.
Entre as nove propostas para melhorar o mercado, a autarquia sugere:
– a permissão para que os produtores de álcool vendam diretamente aos postos;
– o fim da proibição de importação dos produtos pelas distribuidoras;
– a instalação de postos de autosserviços; e
– a revisão da forma de tributação.
No último dia 14, a ANP (Agência Nacional do Petróleo) e o CADE decidiram instituir um Grupo de Trabalho (GT) para estabelecer a atuação conjunta no âmbito do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência. O GT terá como objetivo analisar a estrutura do mercado de combustíveis, avaliar a implementação das medidas propostas pelo CADE para repensar o setor de combustíveis e a possibilidade da adoção permanente das medidas regulatórias excepcionais apresentadas pela ANP.
Também está no escopo do Grupo a promoção da concorrência como instrumento para elevar a competitividade e a inovação na economia brasileira.
Temos uma classe revendedora vivendo a maior crise financeira que o segmento já viveu até hoje. Postos fechando, postos sendo “arrendados” pelas grandes distribuidoras, margens diminuídas e controladas indiretamente pelas distribuidoras.
Revendedor descapitalizado e vendo seu capital de giro diminuir a cada aumento de preço, na mesma proporção, pois não consegue repassá-los ao preço final . Revendedores cada vez mais dependentes e relações Contratuais cada dia menos negociáveis em suas “cláusulas padrão”.
Está na hora da mudança, se isso demorar, pode ser tarde para a revenda.
Contribuições:
Anp.gov.br
Suporte postos