Chegamos ao fim de janeiro preocupados com o início de fevereiro, talvez o pior esteja por vir, outra greve de caminhoneiros seria um desastre.
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Nosso país está um caos, estamos ao mesmo tempo convivendo com a covid19, falta de vacinas, nova cepa do vírus, recessão, desemprego, inadimplência, dólar nas alturas, lockdown e combustíveis batendo recordes de preços a cada dia. E justo nesse momento iremos “parar” o país novamente? Essa é a melhor solução agora?
Está ruim para os caminhoneiros? Sim, mas não é somente eles que estão sofrendo, todos nós estamos sendo resilientes. Concordamos que os caminhoneiros precisam de reajustes para um valor mais justo de frete e melhores condições de trabalho.
Nós revendedores também estamos sofrendo e aceitando condições desfavoráveis para atendermos da melhor maneira os caminhoneiros.
No meio disso tudo ainda somos “obrigados” a aceitar as maiores empresas de cartão frotista nos cobrando taxas abusivas e incompatíveis com nossa margem, prazos de 40 dias para recebimento e custos de ted para transferência de recebimentos num país já conectado ao PIX, aluguel de equipamentos e taxas de transações. E quando questionados porque não nos pagam com pix, que teríamos custo zero para recebimentos, eles informam que ainda não estão homologados no Banco Central, ou seja, o seu cliente que se vire… se quiser bem, se não quiser tchau.
Fiquei com uma dúvida: e por onde anda o “Cartão do Caminhoneiro Petrobrás” lançado em 2019 justamente para garantir melhores preços de Diesel e evitar novas greves? Fizeram isso sem se importar com outros postos que não são Petrobrás, mas então não teve o retorno desejado.
Os revendedores de combustíveis também vivem situação semelhante dos caminhoneiros, sobrevivemos à greve de 2018, passamos aos “trancos e barrancos” pela primeira fase da pandemia em 2020, queimamos nossas reservas para isso e continuamos na luta. Muitos se foram nesse caminho, é verdade, mas a maioria continua. Parece até aqueles “filmes de guerra” onde você perde uma parte dos soldados na primeira batalha, quase morre na segunda luta e quando acha que venceu, aparece ao fim da colina um outro exército, bem maior. Essa greve seria esse novo exército gigantesco chegando por trás da colina.
O que podemos tirar de ensinamentos disso tudo?
A pandemia que estamos vivendo com certeza deixará grandes aprendizados, principalmente uma melhor gestão financeira de seu negócio, mas vamos olhar agora para os caminhoneiros.
Eles eram uma classe sem tanta liderança, que sabiam de sua força, mas um gigante adormecido. Em 2018 mostraram ao Brasil e ao mundo seu tamanho, criaram movimentos e passaram a se organizar mais. Se conseguirem novamente se articularem,, pararão o Brasil novamente.
Estão se movimentando, negociando com o governo e tentando através de seus líderes, se organizarem num objetivo em comum, se for a greve a solução, eles causarão prejuízos enormes, porque agora a nossa “gordura” já queimou.
Nesse momento, o governo sinaliza uma redução de impostos para agradar os caminhoneiros, mas já deixa claro que terá que arrecadar em outro local, seria mais uma CPMF para os revendedores? E os postos de combustíveis? Onde estão os nossos representantes para também dialogarem com o governo? Quais as novidades eles têm para nós?