A BR Distribuidora anunciou ontem, dia 5 de maio, que assinou um contrato de parceria com a B2W, empresa controladora das Lojas Americanas, Shoptime, Submarino e o novo aplicativo de pagamentos AME. A parceria representa uma grande evolução e, certamente, habilitará a Revenda a receber o pagamento através de uma carteira digital (AME), conceder cashback (desconto) para os seus clientes e também possibilitará o delivery de produtos a partir das nossas conveniências.
Hoje (6), durante uma live para a revenda do Brasil, a BR Distribuidora apresentou a parceria e explicou como se dará o funcionamento do aplicativo de pagamento AME, o cashback oferecido para o consumidor (20% nos primeiros 30 dias e 10% nos 11 meses seguintes) e o pagamento de bonificação de R$10,00 para o frentista para cada cadastro realizado. Além disso, inicialmente a taxa cobrada do revendedor será de 0% durante 90 dias e 0,5% durante os 9 meses seguintes, o que é espetacular!
À primeira vista estes valores e taxas parecem um sonho para o revendedor. Mas a pergunta é: até quando?
Como revendedor há mais de 25 anos, já assisti diversas empresas iniciarem a operação no nosso mercado com o objetivo de ganhar escala, oferecendo taxas maravilhosas. Como exemplo posso citar todos os cartões frotas (Ticket Car, Good Car, etc.); diversos cartões de crédito marca própria; o App Abastece Aí, da Ipiranga e o Shell Box, da Raízen. Todos estes serviços e aplicativos, após ganharem a escala necessária, começam também a aumentar as nossas taxas e custos para nossa operação. Agora que existe concorrência de fato no mercado de adquirência e conseguimos finalmente taxas mais competitivas estamos trocando nossas vendas para plataformas proprietárias de terceiros que além de serem mais caras, literalmente passam a ser donas dos nossos clientes.
Outro problema que assistimos com a entrada destes aplicativos em nosso negócio diz respeito à obrigatoriedade de participar nos planos de marketing e também ao tratamento dado às informações sobre os nossos clientes! Estes dados não são compartilhados com os revendedores e as empresas se tornam “proprietárias” dos consumidores, se comunicando diretamente com eles, e, até mesmo, sugerindo que troquem de posto caso o revendedor não participe do plano de marketing da respectiva distribuidora.
Em recente viagem ao Vale do Silício participando do módulo internacional do Minaspetro em parceria com a Fundação Dom Cabral), eu e vários colegas revendedores aprendemos o conceito de que data lake is the new oil (informação sobre os consumidores é o novo petróleo), o que mostra a importância do compartilhamento dessas informações que auxiliariam e muito nosso negócio.
Sendo assim, como revendedor e representante de milhares de empresários em Minas, gostaria de sugerir que a BR Distribuidora se comprometesse com a revenda brasileira assumindo os seguintes compromissos:
– Garantir que as taxas dessa nova forma de pagamento NÃO superem 1,0% por todo o período contratual, e não por apenas 12 meses;
– Não fazer a venda casada da aceitação do App com a participação no plano de marketing;
– Compartilhe com seus revendedores as informações dos clientes DAQUELE POSTO que cadastrou o SEU CLIENTE;
– Se comprometa a NÃO CONTACTAR O CLIENTE CONTRA O REVENDEDOR (por exemplo, sugerindo que ele troque de posto caso o posto não participe do plano de marketing ou caso o posto revendedor não renove seu contrato com a BR).
Para finalizar, gostaria de dizer que acredito fortemente que a parceria BR Distribuidora e B2W poderá ser uma excelente ferramenta para o revendedor, desde que não se esqueçam nunca que o posto é parte da parceria e deve ser tratado como tal durante toda a vida do projeto, e não apenas nos 12 primeiros meses.
O departamento jurídico do Minaspetro está à inteira disposição do revendedor para analisar os contratos de adesão dos novos produtos propostos.
E neste momento, não se esqueça: Usem máscara, orientem suas equipes e fiquem bem. Esta crise vai passar!
Forte abraço.
Carlos Guimarães
Revendedor e Presidente Minaspetro
Fonte: Minaspetro