A Polícia Federal, em colaboração com a Receita Federal e o Ministério Público de São Paulo, deflagrou em 28 de agosto uma das maiores operações contra o crime organizado, visando desarticular um complexo esquema de lavagem de dinheiro e fraude no setor de combustíveis liderado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). A investigação, que mobilizou 1.400 agentes em oito estados brasileiros, utilizou um caminhão descaracterizado na Operação Tank, no Paraná, para comprovar a adulteração de produtos e a prática de “bomba baixa”, revelando a profunda infiltração criminosa e a movimentação estimada de R$ 140 bilhões em atividades ilícitas.
A tática de investigação velada com o caminhão descaracterizado foi um dos pilares para atestar a extensão da fraude. Na Operação, o veículo simulou abastecimentos em 50 postos de uma rede sob suspeita em Curitiba e região metropolitana. O resultado foi alarmante: em 46 desses estabelecimentos, foram constatadas irregularidades como a adulteração de combustíveis e a prática da “bomba baixa”, onde o volume entregue ao consumidor é inferior ao indicado no medidor, confirmando a dimensão da atuação do crime organizado.
As investigações revelaram que o PCC se infiltrou em toda a cadeia de produção, distribuição e comercialização de combustíveis, desde a importação ilegal de metanol e nafta, passando pela adulteração de gasolina e diesel, até a venda em postos e a lavagem de dinheiro em vasta escala. A estimativa é que o esquema tenha movimentado R$ 140 bilhões em atividades ilícitas, com uma sonegação fiscal que pode atingir R$ 7,6 bilhões em tributos. A adulteração, um dos principais pilares do esquema, envolvia a mistura de metanol em proporções alarmantes. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) chegou a identificar em alguns postos gasolina e etanol com até 90% de metanol, uma substância altamente tóxica e inflamável, muito acima do limite permitido de 0,5%.
Para você, revendedor, esta operação acende um alerta importante. Ela expõe a vulnerabilidade do setor à atuação do crime organizado, o que não só prejudica a imagem de empresas legítimas, mas também cria uma concorrência desleal e distorce o mercado. A detecção de fraudes em quase todos os postos testados no Paraná indica uma capilaridade preocupante do esquema, reforçando a necessidade de redobrar a atenção aos seus fornecedores e processos de compliance. Garantir a procedência e a qualidade dos produtos que você oferece é crucial para proteger seu negócio e seus clientes de prejuízos financeiros e danos aos veículos, além de riscos à saúde e ao meio ambiente. Veja a lista de Distribuidora de Combustíveis envolvidas, aqui.
A complexidade do esquema incluía também uma sofisticada rede de lavagem de dinheiro, com o PCC utilizando empresas de fachada, fundos de investimento – alguns geridos na Avenida Faria Lima, em São Paulo – e instituições de pagamento (fintechs) que operavam como um “banco paralelo” para legalizar os lucros ilícitos. Parte desses recursos foi investida na aquisição de usinas sucroalcooleiras, distribuidoras, transportadoras, terminais portuários, além de uma vasta frota de cerca de 1.600 caminhões e mais de 100 imóveis de luxo. Como resultado das operações, foram cumpridos 6 dos 14 mandados de prisão expedidos e 54 mandados de busca e apreensão. Mais de R$ 3,2 bilhões em bens e valores foram bloqueados e sequestrados, envolvendo 41 pessoas físicas, 255 pessoas jurídicas, 141 veículos, 192 imóveis e 21 fundos de investimento. A Polícia Federal, no entanto, investiga um possível vazamento de informações, uma vez que oito alvos de prisão preventiva permanecem foragidos.
A megaoperação da Polícia Federal não apenas desvenda a extensão das fraudes no setor de combustíveis, mas também sinaliza uma nova fase no combate ao crime organizado no Brasil. A utilização de táticas de investigação como o caminhão descaracterizado demonstra a sofisticação das ferramentas de combate às facções que se infiltram na economia formal. A expectativa é de que, com o avanço das investigações e a atuação de estruturas como o Núcleo de Combate ao Crime Organizado, criado em janeiro de 2025, a fiscalização sobre a cadeia de combustíveis se intensifique, pressionando revendedores e distribuidores a adotarem práticas de compliance mais rigorosas.
Para você, revendedor, é fundamental estar atento às novas regulamentações e à procedência de seus produtos, garantindo a integridade de seu negócio e a confiança de seus clientes diante de um mercado em constante vigilância. Você pode encontrar dicas e evitar multas baixando o material, “Qualidade dos Combustíveis: Evite Autuações e Fidelize Clientes”.