O cenário de mudança climática, bem como as alterações ambientais percebidas nos últimos anos, tornaram o consumo de combustíveis fósseis um modelo de produção energética com os dias contados. Nesse contexto, a eletromobilidade emergiu como um dos pilares mais promissores na transição para um futuro sustentável no setor automobilístico.
À primeira vista, pode parecer que os postos de combustíveis se tornarão coisa do passado junto com a era dos combustíveis fósseis. Entretanto, esse desafio, no final das contas, pode se transformar em oportunidades para a revenda.
A eletrificação das frotas de veículos já é uma realidade global. Em algumas das maiores economias do mundo, esse processo está consideravelmente mais avançado que no Brasil, que tem apenas 5% de sua frota eletrificada. São números modestos em vista de países mais avançados na implantação de sua frota e infraestrutura de eletromobilidade, tais como a Noruega, Holanda e China, com um índice de eletrificação de frota de veículos de, respectivamente, 80%, 24% e 22%.
Apesar de ainda exibir um percentual modesto de veículos eletrificados em face da totalidade de sua frota, essa tendência no Brasil tem se intensificado nos últimos três anos de forma constante. De acordo com dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), a quantidade de bens automotores 100% eletrificados aumentou 76% nos primeiros oito meses de 2023, se comparados com os números registrados no mesmo período do ano anterior. Atualmente, o país já conta com mais de 49 mil veículos totalmente eletrificados emplacados.
Para os empreendedores do setor, a observação desse cenário descortina uma série de medidas as quais, se bem conduzidas, podem levar a uma adaptação cujo resultado pode significar não apenas a sobrevivência do posto na era do automóvel elétrico, mas até mesmo o aumento da prosperidade.
Uma frota com a dimensão daquela existente no Brasil para os veículos elétricos exige toda uma infraestrutura de atendimento a vários tipos de necessidades dos motoristas. O primeiro deles é a alta necessidade de pontos de recarga, dada a baixa autonomia desse tipo de automóvel face aos veículos movidos a combustão.
Tais esforços têm necessidade de uma intervenção determinante do Poder Público tanto no sentido de edificação de uma malha diferenciada de fluxo, tanto urbano quanto interurbano, que demandam todo um corpo de legislação específico para que funcione com eficiência. Porém, cabe à iniciativa privada o elenco mais importante de medidas, pois é ela quem vai propiciar os pontos de apoio para que, em um futuro de predominância de carros integralmente eletrificados nas ruas e cidades, esses veículos não sofram “apagões” de forma coletiva, com os transtornos já estimados.
Nesse sentido, os postos de combustíveis são fundamentais, tanto em suas unidades instaladas em rodovias quanto naquelas operações atuantes dentro dos centros urbanos. A partir da identificação dessa necessidade futura, impõe-se à revenda a construção de um modelo de negócios que combine a agilidade no abastecimento com a dinâmica e rapidez na forma de cobrança.
Outro aspecto que chama a atenção e causa desconforto entre boa parte dos proprietários de postos é a diminuição da margem de lucro resultante da predominância do reabastecimento elétrico. Uma situação como essa requer, dos empreendedores atuantes no setor, uma mudança no modelo de negócios que abrange diferentes técnicas, com planejamento financeiro adequado e uma nova forma de encarar a estrutura de faturamento de um posto.
A boa notícia é que esse modelo está, pelo menos em parte, já configurado. E a saída é a diversificação das atividades. Lojas de conveniência, abertura de estabelecimentos destinados a oferecer acessórios automotivos, alguns especificamente projetados para veículos elétricos, entrarão nos cálculos de qualquer posto com pretensão de se tornar bem-sucedido em uma economia pós-carbono com fluxo de pessoas e mercadorias predominantemente estruturado sobre um modelo de eletromobilidade.
A maior novidade – e aí é que se configura o maior desafio de aprendizado para a maioria dos empreendedores do setor – é pensar em investir em outros ramos da estruturação de um negócio para cuja relevância muito poucos proprietários de revenda de comércio varejista de combustíveis tem se atentado.
Assim, aspectos como estratégias de comunicação eficazes como, por exemplo, a contratação de serviços de produção de conteúdo nas redes sociais, vão se tornar imprescindíveis em um plano de negócios com pretensão de ser bem-sucedido. A causa não é difícil de se identificar: o assunto do dia quando se trata de eletromobilidade é a sustentabilidade resultante de sua adoção.
Dessa forma, explorar padrões de comportamento nos clientes como consumo consciente e transmitir a ideia de que o posto é um aliado da sustentabilidade, na medida em que auxilia no aumento de eficiência de um modelo calcado na eletromobilidade, com todas as suas consequências ambientais e socioeconômicas, o negócio vai projetar uma imagem de modernidade, e atrai um consumidor cada vez mais preocupado com tais agendas.
Assim, de séria ameaça à vista, a qual pode ferir de morte o setor do comércio varejista de combustíveis, a eletromobilidade pode se converter em aliada para alavancar os negócios eficientes o bastante, e conduzidos com a competência necessária, para a promoção de uma adaptação vitoriosa a um futuro pós-carbono. Entretanto, se quiser sobreviver a tais desafios, nunca foi tão estratégico obter as informações certas para se posicionar bem em um dos mercados de mais intensa e ampla transformação da economia brasileira e mundial.
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