Hoje, com mais um texto no leque das análises do trabalho, trago explicações sobre aquela nova área antes não abordada nas documentações exigidas, mas que com o nosso colega, o e-social, teremos mais contato: As análises de ergonomia em postos de combustíveis e análises envolvidas de aspectos psicossociais do frentista.
Para os revendedores de combustíveis, é interessante a observação de alguns passos e explicações que julgo importantes, afim de se entender melhor do que se trata essas análises tão comentadas no mundo da saúde e segurança do trabalho.
Para que possamos entender melhor essa base de análise, trouxe hoje o nosso Professor Doutor Raoni Rocha Simões, coordenador do curso de Engenharia de Saúde e Segurança na UNIFEI, ministrante das aulas de ergonomia, aspectos psicossociais do trabalho e epidemiologia ocupacional.
Organizei as perguntas sobre o tema para que pudéssemos a princípio entender o que são essas análises, enquanto entendemos a real necessidade da abordagem para o melhor funcionamento de nossos negócios.
Professor, o que seriam as análises de ergonomia em postos?
Resumidamente, a análise ergonômica do trabalho (AET), é um método de análise do trabalho que visa o desenvolvimento de conforto da saúde do trabalhador (no caso, o frentista) e melhoria das condições de segurança do sistema dentro da eficiência do processo.
E quais seriam os métodos utilizados pela AET para se realizar as análises?
Basicamente a AET usa dois preceitos básicos: a observação da atividade real do trabalho – sem essa observação não é possível compreender o trabalho, e a participação do trabalhador no processo de criação de soluções e melhorias, ou seja, participação dos mesmos nos próprios projetos de gestão.
Como método principal, é utilizada a Análise Ergonômica do Trabalho, método francês, desenvolvido pelo professor Guerrín e colaboradores, que apresenta metodologia específica para essas análises.
Tratando-se de aspectos psicossociais, o que você poderia ilustrar sobre o assunto?
Essa análise não é considerada um método especifico, mas sim um conjunto teórico que envolve de um lado os aspectos psíquicos – individuais e subjetivos dos trabalhadores, e os aspectos sociais- aspectos coletivos.
Entende-se que assim como as experiências individuais, e intra-individuais relacionadas à experiência – aumenta e diminui perante as situações de curto ou longo prazo que se relacionam com as variabilidades diárias. As duas variáveis influenciam nossa maneira de trabalhar, tanto individualmente, como coletivamente. Assim, se estuda essas questões individuais e coletivas, de maneira a entender como a experiência interfere e impacta na saúde do coletivo de trabalho, e na segurança do sistema.
Através das explicações do professor Raoni, podemos entender melhor os porquês envolvidos no requerimento do governo perante às empresas, tratando-se de Análises ergonômicas do trabalho e análises dos aspectos psicossociais.
Aconselho que vocês revendedores e gestores, invistam agora em um analista ergonômico e especialista em aspectos psicossociais. Também sugiro a leitura do livro “Compreender o Trabalho para Transformá-lo”, produzido por François Guérin , A. Kerguelen , A. Laville. Este livro, para quem ainda não entende muito sobre o processo, é bem acessível, e inicia muito bem o assunto. Lembrando que por se tratar de um tema muito profundo, essa leitura apenas ilustra a base do que se fala nas AETs, sendo interessante o estudo via outros autores e métodos, também.