Duas tendências na revenda de combustíveis estão em ascensão e vieram para ficar: o modelo de contrato de imagem e a presença cada vez maior dos postos independentes, mais conhecidos como bandeira branca. Uma pena que, ainda assim, as grandes distribuidoras não diminuem a ganância e a maioria continua com o modelo da velha economia, ganhando a confiança do revendedor e depois os enforcando, o futuro não lhes importa.
Os contratos são antiquados e leoninos, uma caixinha de surpresas desagradáveis. Não posso negar que os departamentos jurídicos das principais distribuidoras são um show à parte, já que convivem com tantos insatisfeitos e mesmo assim conseguem manter a corda no pescoço do revendedor, que assinaram tudo antes, conforme o figurino.
Já ouvi relatos de diversos revendedores contando que estão sacrificando a margem para cumprir a galonagem contratada. As distribuidoras não aliviam a cobrança, mesmo em plena crise, uma parceria predatória.
Algumas distribuidoras menores estão indo para um caminho diferente, ainda bem! Já entenderam a mudança do mercado e trabalham num modelo mais justo e bem atualizado para o momento atual, com o modelo de contrato de imagem. Infelizmente os dinossauros do mercado não aceitam nem conversar sobre este modelo, dizem que o jurídico tem contratos padrões e que, na prática, são a mesma coisa, ledo engano.
O contrato de imagem trata-se de um contrato onde o cliente obriga-se apenas a exibir a marca e comprar com exclusividade, sem quantidade mínima mensal, podendo denunciar o contrato a qualquer tempo, por qualquer das partes, com antecedência mínima de 30 dias, e então descaracterizar a imagem. Esse modelo é bem razoável e justo para ambos.
Trabalho assim há anos, normalmente o primeiro contrato possui um prazo mínimo de cumprimento para pagar o custo de investimento de imagem, em faixada, totem, etc. O prazo em média é de 18 meses, caso o revendedor desista e saia antes, paga proporcionalmente o valor da imagem investida.
O custo do combustível pode ser negociado pelo mesmo do custo do bandeira branca ou poucos centavos acima, nada mais óbvio, já que o mercado está em grande turbulência e recorde de inadimplência. O revendedor com os pagamentos em dia pode exigir essa contrapartida, já que bons pagadores são raros hoje no mercado.
Nunca assine nenhum contrato antes de enviar aos advogados de seu sindicato patronal ou algum escritório especializado, lembre-se que as distribuidoras têm os melhores advogados. Depois, não adianta chorar o leite derramado!