Já foi o tempo em que o revendedor falava em alto e bom tom sobre o volume do posto, o quanto vendia e isso era motivo de orgulho para ele e admiração para outros. Os tempos mudaram e no artigo de hoje falo sobre postos expressos, compactos e enxutos.
Atualmente os revendedores estão cada vez mais preocupados com a ultima linha do DRE (Demonstração do Resultado do Exercício), querem saber somente do lucro, e para alguns, a ideia de postos grandes e volumosos ficou no passado, os tempos são outros.
Convivemos com mudanças trabalhistas, exigências do Ministério do Trabalho, inúmeras taxas sendo aplicadas para os postos. O revendedor deixou de ser comerciante, hoje trabalha para pagar o governo e se fizer tudo direitinho, pode sobrar algo no final do mês.
O custo de manter a equipe de funcionários inviabiliza grandes postos. A despesa pessoal com o frentista é muito alta, além do salário, existem os encargos trabalhistas, adicional de periculosidade, cesta básica, participação de lucro anual, vale transporte, entre outros benefícios.
Quanto maior o posto mais mão de obra é necessária, o cliente não tem paciência de aguardar o funcionário. O frentista tem que ficar abastecendo, não andando o posto todo para procurar o carro numa bomba distante.
Em alguns estados há a obrigatoriedade de 2 folgas dominicais para os frentistas, isso arrebenta qualquer escala, as vezes o posto mantém um quadro de funcionários além do necessário unicamente pelas folgas dominicais já que devem cumprir a convenção trabalhista com rigor.
Diante desse cenário vem surgindo muitos postos expressos, compactos e enxutos. São postos normalmente com 2 ilhas e 2 bombas, comercializando apenas gasolina e etanol e com capacidade de 60m³ em estoque.
Características dos postos expressos
Estes postos são limitados e não conseguem grandes volumes, mas podem ser muito lucrativos. Veja algumas características comumente encontradas nestes tipos de postos:
1. Pagamento à vista: já que possuem volume de vendas reduzido, a maioria dos revendedores deste tipo de posto não trabalha com a modalidade de recebimento no crédito. Recebendo as vendas em dinheiro ou cartão de débito, o fluxo de caixa não fica comprometido e precisam de menos capital de giro para cumprirem com o prazo de pagamento às distribuidoras, que é curto.
2. Bandeira Branca: não é uma regra, mas postos compactos buscam cada vez mais se tornarem independentes, em busca de mais liberdade. Como vendem menos que os postos maiores, precisam ter uma margem de lucro maior. Como bandeiras brancas, conseguem fugir dos contratos muitas vezes abusivos das distribuidoras.
3. Investimento mais enxuto: conversando com alguns revendedores, ouvi relatos de postos com somente 5 frentistas, 2 por turno e 1 num turno intermediário, que tira os intervalos dos dois turnos. Nesse caso o posto fecha às 22h e fechado com grade, sem o custo de vigia noturno. Além disso não funciona aos domingos, dia de menor movimento.
Às vezes temos que pensar num modelo mais adaptado à realidade brasileira, o custo do funcionário está muito alto e a revenda já não consegue manter grandes estruturas principalmente nesse cenário de crise. Um posto com 5 funcionários é um desafio e às vezes, mais vale vender menos, mas que sobre lucro no final do mês.
Qual sua opinião sobre este modelo de posto?