Na última sexta-feira, quando o Presidente Bolsonaro anunciou via Twitter a redução nos preços dos combustíveis, sendo 6,0% o Diesel e 7,2% a Gasolina, muitos revendedores ficaram apreensivos, sabiam da responsabilidade do repasse. Isso acontece porque, habitualmente às sextas-feiras, programamos as compras de fim de semana e enchemos os tanques. O revendedor não tem condições de fazer o repasse imediato desta redução nos preços ao cliente, não tem margem para isso, é necessário esvaziar o estoque e comprar com os preços mais competitivos para isso.
As distribuidoras também possuem grandes estoques acumulados em seus tanques, e um repasse nessas proporções seria criar uma briga com seus acionistas, que não querem assumir o prejuízo.
A data do anúncio justo na virada do mês, sexta-feira à noite foi difícil, já que muitos estados haviam comunicado a nova pauta de base de cálculo do ICMS, elevando o custo do preço dos combustíveis em alguns centavos a partir do dia 1 de Junho.
Mais uma vez o revendedor virou o vilão para o politico virar heroi. O cliente passou o fim de semana todo exigindo a redução, entendendo que a gasolina que custa R$5,00 deveria cair R$0,36 ( 7,2% ), e o revendedor estaria embolsando isso.
Nessa hora ninguém se lembra de que, em cada litro de gasolina existem 27% de álcool, e o Diesel possui 10% de Biodiesel. Tudo isso somando ao aumento da pauta de ICMS e ao estoque de combustível no tanque das distribuidoras, resultou até o momento em média, de R$0,05 a R$0,07 centavos de desconto na gasolina para o revendedor comprar.
O fim de semana acabou, o cliente está impaciente, exige descontos na ordem de R$0,35 na gasolina e o revendedor com média de R$0,06 de desconto na compra… é difícil a vida do revendedor que tem que ser um conciliador nesse momento para explicar os motivos desse pequeno reajuste.