2018 começou difícil para nosso setor de revenda em Minas: aumento de R$ 0,16 em média no litro da gasolina e R$ 0,10 no de etanol. O aumento da alíquota em cada um dos produtos foi de 2%, passando a gasolina para 33% e Etanol para 16%. Um absurdo isso, uma das maiores alíquotas de ICMS do país.
Fiquei apreensivo com esse aumento, pois ao subir o preço na bomba teria uma reação imediata do consumidor, que já sentiu no bolso o preço do combustível subir quase 30% desde que a Petrobrás iniciou a Nova Política de Preços. Enfim, fizemos o reajuste e aí veio a confusão. As redes sociais não perdoaram, o posto virou o vilão e não o governo, os clientes se organizaram em grupos de whatsapp e ameaçam os postos com carreatas abastecendo R$0,50 e exigindo o cupom fiscal, só para tumultuar o ambiente. O revendedor virou o bandido, é acusado de cartel, de ter lucros astronômicos, de ser o dono da cidade.
Esse mesmo revendedor já foi dono de um negócio próspero no passado, e venceu, apesar de todas as dificuldades e regulações do setor. Hoje o cenário mudou, é comum receber ligações de diversos revendedores oferecendo o seu negócio para locação, arrendamento ou venda. E falo isso de redes com mais de 70 anos, que já estão na terceira geração. Vivemos um cenário de incertezas, margens baixas, dúvidas sobre a entrada de carros elétricos, relação desgastante com as distribuidoras, enfim, está complicada a vida do revendedor.
A nova política de comercialização imposta pela Petrobrás ajudou no desgaste do revendedor com o motorista, e o aumento de preços já não é notícia. Diariamente sempre às 9h a Petrobrás reajusta os valores, e mudar isso na bomba todos os dias é impraticável, no comércio não funciona assim, o cliente não aceita isso. Com tal política o revendedor acaba engolindo margens baixas, pois os correntistas não aceitam renegociar diariamente seus custos, a distribuidora está com larga vantagem agora pois o parâmetro de precificação já não existe mais. O único parâmetro são as distribuidoras de postos bandeira branca, o revendedor que possui uma rede de postos precisa mais do que nunca ter pelo menos um posto sem bandeira para criar um parâmetro com seus custos de postos bandeirados. De nada adianta cobrar do assessor um reajuste de preços se amanha irá mudar novamente.
É triste o cenário atual da revenda, cresce a inadimplência, os contratos com as distribuidoras já não conseguem ser honrados e com isso ela trata o revendedor como uma marionete, impõe preços e condições abusivas. Espero que 2018 seja diferente e a revenda consiga resgatar a rentabilidade nesse negócio.