Seguindo o mesmo caminho de outros países como os Estados Unidos, Reino Unido e Austrália, os postos de combustíveis brasileiros estão se transformando em centros de convivência.
Com uma oferta de serviços diversificada, esse modelo de negócios explora muito bem a distribuição geográfica e o alto volume de clientes que abastecem seus veículos em postos e buscam por praticidade na hora de fazer suas compras.
Neste artigo, explicaremos melhor essa tendência e por que a transformação de postos em centros de conveniência é uma evolução importante nesse mercado. Confira!
Crescimento, mesmo na crise
Em 2016, em meio à crise econômica e política no Brasil, o varejo encolheu 6,2% em relação ao ano anterior: 108,7 mil lojas fecharam as portas. O ano acabou com 12 milhões de brasileiros desempregados e um PIB 3,6% menor que o de 2015.
Mas mesmo com esse cenário econômico pessimista, o avanço das lojas de conveniência não freou, tamanha a força dessa tendência. Foi um aumento de 10,8% no faturamento e 4% no número de lojas, segundo dados do anuário do Sindicom, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes.
Uma das principais razões para esse crescimento do setor está relacionada ao perfil do consumidor moderno. Em busca de mais agilidade e praticidade nas suas compras, além de qualidade nos produtos e um atendimento cordial, o público encontrou nos centros de conveniência uma forma de fazer compras que atenda suas demandas e rotinas.
Ainda segundo os dados do Sindicom, o ticket médio (o quanto é gasto em cada compra) registrou alta de 7,3% em 2016, quando comparado aos resultados de 2015. Isso significa que os clientes estão encontrando ofertas adequadas e gastando mais a cada visita em lojas de conveniência.
Concorrência pelos centros de convivência intensificada
Junto do crescimento de lojas de conveniência, cresce também a concorrência no setor. Atentos para os movimentos do mercado, grandes redes varejistas estão investindo em versões de mercados de proximidade, que são lojas que não estão atreladas aos postos de combustíveis.
Nomes como Carrefour Express, Minimercado Extra e Minuto Pão de Açúcar devem ficar mais comuns nos próximos anos, já que existem planos ousados de expansão dessas “versões miniaturizadas” de hipermercados.
Por outro lado, empresas de outros setores já enxergam como oportunidade oferecer o conjunto completo, que é a associação do posto com o espaço de conveniência.
O maior exemplo disso veio do grupo Habib’s, que inaugurou, em outubro de 2017, seu primeiro posto de combustíveis atrelado a uma loja de conveniência (que carrega a mesma marca do grupo) e um restaurante Ragazzo, que também faz parte da companhia.
O centro de convivência inaugurado pelo grupo Habib’s funciona 24h em São Paulo, mas apesar do caráter de teste deste primeiro empreendimento, é claro que a empresa busca avançar sobre esse mercado tão promissor e pouco explorado.
Centros de convivência são uma tendência global
Dos 41.626 postos de combustíveis registrados no Brasil em 2016, apenas 7.665 deles contam com lojas de conveniência integrada. Isso significa que apenas 18% dos postos estão explorando a oportunidade de maximizar o ticket médio dos seus empreendimentos oferecendo mais do que o básico, segundo dados do Sindicom.
Em mercados mais desenvolvidos, esses números são bem diferentes: 95% dos postos da Austrália contam com loja de conveniência, uma penetração de mercado bem mais significativa. Na prática, existe uma loja em posto para cada 3.821 habitantes do país. No Brasil, é uma loja em posto por 27.041 pessoas.
Campeões no número absoluto de lojas de conveniência em postos com 123.807 no total, os Estados Unidos também são um exemplo do sucesso desse modelo de empreendimento. Lá, 80% dos postos de combustíveis contam com uma loja de conveniência, uma para cada 2.625 habitantes do país.
E na América do Sul também existem bons exemplos da penetração de lojas de conveniência em postos: Uruguai e Argentina possuem, respectivamente, 89% e 75% dos seus postos equipados com lojas de conveniência.
Em todos os países em que o mercado de lojas de conveniência está amadurecido, existe um movimento visível de transformação de postos em centros de convivência, com a presença de grandes redes de fast food e outros serviços, como lavanderia e cabeleireiros.
Oportunidade para postos de combustíveis
No varejo, o consumidor deve ser sempre o centro da estratégia de negócios e é importante buscar soluções que atendam suas demandas. A tendência dos centros de convivência em postos é uma forma de valorizar o tempo dos clientes ao oferecer produtos e serviços significativos para eles.
Os dados de crescimento do setor de conveniência no Brasil são bem positivos, mas também revelam que existe uma grande oportunidade ainda a ser explorada.
O formato de centros de conveniência deve crescer consideravelmente nos próximos anos e, ainda que exista um movimento de grandes varejistas para abocanhar parte desse mercado, os postos de combustíveis estão em uma posição privilegiada, graças à capilaridade desse tipo de empreendimento e relativa facilidade de implementar esses espaços junto à estrutura já existente.
Esse amadurecimento também deve ser percebido em postos que já contam com lojas de conveniência mais simples, que ainda não oferecem toda a gama de serviços possíveis em um centro de convivência.
A tendência é que, considerando a busca do consumidor por mais comodidade, novos serviços ampliem as possibilidade de compra nos postos de combustíveis. Hoje, os setores de tabacaria e bebidas alcoólicas representam boa parte das vendas nesses espaços, seguidos pelas bebidas não alcoólicas e bomboniere.
No entanto, segundo o anuário da Sindicom, o food service, restaurantes e lanchonetes em espaços de conveniência dos postos, cresceu significativamente e hoje já representa uma participação de 15,4% no faturamento das lojas.
Com iniciativas como a do Habib’s, a tendência é que a oferta se aproxime mais da dos Estados Unidos, onde os postos de combustíveis muitas vezes contam com fast foods anexos, especialmente nas estradas.
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