Muito mais do que um negócio. É assim que as empresas familiares são encaradas pelos seus proprietários. Às vezes, ela se confunde com o lar, quase uma extensão da família dos envolvidos. Prova disso é que as empresas geridas por famílias não são vendidas facilmente a estranhos, certo?
É justamente por serem tão preciosas que as empresas familiares merecem uma gestão especial. Os administradores desse tipo de negócio não podem se dar ao luxo de atuarem como amadores: devem encarar o empreendimento com profissionalismo. Só assim podem competir em pé de igualdade com as demais empresas do mercado.
O primeiro passo, portanto, é entender que, embora essa seja uma empresa familiar, ela deve ser gerida como qualquer outro tipo de negócio. Separar todas essas cargas pessoais do profissionalismo necessário para gerir um negócio deve ser uma das prioridades para conseguir os resultados esperados.
Se você quer melhorar a gestão do seu negócio familiar, veio ao lugar certo. Neste artigo, vamos passar algumas dicas práticas para que você desenvolva uma excelente gestão e conquiste um espaço ainda maior no mercado em que atua. Confira tudo o que precisa saber logo em seguida!
1. Separe conflitos pessoais de empresariais
Essa pode parecer uma dica simples, no entanto, ela deve ser um dos primeiros pontos a serem abordados em qualquer iniciativa familiar. Assim como não devemos misturar finanças pessoais com as empresariais, também não devemos deixar que assuntos particulares influenciem nas decisões da empresa.
Muitos gestores acabam cometendo o erro de pensar com o coração na hora de administrar a empresa familiar, quando deveriam agir com o cérebro. É preciso levar em conta que um empreendedor comum não perde tempo lidando com questões emocionais dentro da empresa. Você deve fazer o mesmo e se reunir com todos os familiares que participam da empresa para tirar o assunto a limpo. É preciso deixar claro que as decisões ocorrem pelo bem da empresa!
2. Atribua funções para cada membro da família
Nenhuma empresa funciona com dois chefes. A situação pode criar conflitos justamente onde não pode ter: na cadeia de comando. O resultado são entraves no processo decisório, que podem comprometer completamente o planejamento estratégico e, consequentemente, os resultados da empresa.
Bom, a empresa não pode ter dois chefes, mas certamente pode ter mais de um gerente. Então, uma boa solução para os conflitos é definir, com clareza, o papel de cada membro da família na organização. Sim, podemos atribuir funções!
Um membro que saiba lidar com o público pode ficar responsável pela prospecção de clientes, por exemplo. Já outro que prefere cuidar de questões mais burocráticas pode ficar com a parte do monitoramento. O mais importante é que essas funções estejam bem definidas.
3. Defina um pró-labore justo
Outro ponto que requer a atenção é o pró-labore. Grosso modo, esse é o “salário” de sócios de um negócio que possuem alguma função administrativa na empresa. É claro que o responsável pela gestão administrativa merece esse salário, pois está agindo como um funcionário.
A prática é importante não só para atribuir uma remuneração justa para o administrador, mas também para evitar aquela situação em que a empresa é usada como um verdadeiro caixa eletrônico — o gestor retira o dinheiro para a própria remuneração sempre que julgar necessário.
O pró-labore definido pelo seu negócio deve ser justo, e isso significa que ele precisa ser equivalente ao salário de gestores de outras empresas que têm a mesma função. É claro que é sempre importante levar em conta a realidade do negócio.
4. Invista na capacitação
Como vimos na introdução do nosso artigo, é preciso que os gestores das empresas familiares tratem o negócio com profissionalismo. Como fazer isso? A capacitação certamente é uma boa resposta.
Pode ser interessante que os membros da família que atuam diretamente na empresa procurem sempre a especialização. A realização de graduações é apenas o primeiro passo: é preciso manter o investimento em educação para o resto da vida.
Assim, podemos dizer que a empresa realmente conta com profissionais e gestores capacitados, prontos para enfrentarem um mercado cada vez mais competitivo. Além disso, é claro, a empresa aumenta e muito o seu padrão de qualidade.
5. Desenvolva critérios de sucessão
Um problema que assola as empresas familiares é a questão da sucessão empresarial. Muitas vezes, o gestor do negócio não estipula critérios objetivos nesse momento, o que acaba causando uma série de conflitos entre os outros sócios.
Por isso, uma boa dica para melhorar a gestão e evitar conflitos é desenvolver critérios de sucessão claros na empresa. Assim, é possível, inclusive, reforçar a motivação dos sócios e garantir uma competitividade sadia.
São muitos os critérios que podem ser adotados, como resultados conquistados, tempo de casa, entre outros. O mais importante é que cada sócio saiba exatamente o que deve fazer se pretende conquistar o seu lugar na gestão do negócio.
6. Afaste se for necessário
Para fechar as nossas dicas sobre boas práticas de gestão para empresas familiares, é muito importante deixar claro que, mesmo quando a empresa é familiar, o afastamento continua sendo uma opção.
O membro da família possui sua parte no negócio, é bem verdade, no entanto, ele não pode prejudicá-lo por não conseguir cumprir com as suas atribuições. Nesses casos, a “demissão” continua sendo uma boa e velha alternativa.
Claro, é sempre bom passar feedbacks para os membros que não estão apresentando os resultados esperados. Forneça sempre informações e mostre o caminho a ser seguido. No entanto, caso não atinjam o desempenho esperado, o afastamento é a solução.
Em resumo, embora a empresa familiar deva ser gerida como qualquer outro tipo de empresa, o fato é que ela possui, sim, suas peculiaridades. Para resolver essas questões, devemos aplicar regras claras para que os colaboradores mantenham o foco esperado, conforme vimos na questão do afastamento e da sucessão.
Gostou do nosso post? Para você, o que é mais difícil na gestão de uma empresa familiar?