Muitos revendedores criaram o seu negócio do zero, iniciaram como frentistas, viraram chefes de pista e com o tempo se transformaram em gerentes. Mas a ambição de muitos, aliada a uma oportunidade no momento, os levaram a prosperar e ter o próprio negócio, um posto de combustível. Mas afinal, o que vale mais a pena? Ser gerente ou dono do posto?
Este era o sonho de muitos e ainda é de tantos outros, é normal o trabalhador querer ser o patrão. Na hora da verdade, quando sentam na cadeira da diretoria, a maioria descobre que é muito mais difícil mandar do que obedecer e que as obrigações são muito maiores do que os direitos.
O trabalhador enxerga o empresário como bandido, respaldado, talvez, por partidos políticos que estiveram no poder. Os sindicatos de frentistas colocam lenha na fogueira, incentivam o trabalhador a se virar contra o patrão. Somos obrigados a cumprir novas obrigações e nos adequarmos às legislações vigentes, cada dia uma nova mudança… em breve será a vez do e-social, mais uma manobra do governo para fiscalizar o negócio do empreendedor.
Muitos revendedores perderam o negócio nessa crise, não tinham capital de giro suficiente para gerir o negócio neste sobe e desce de preços dos últimos meses. Recorrer a empréstimos bancários só não é pior do que fechar um contrato com uma distribuidora, que na maioria das vezes te enforca ao longo do período contratual e confisca a hipoteca de alguma propriedade dada como garantia. O sonho do passado virou o pesadelo do presente e a dúvida no futuro.
Mas o que vale mais a pena? Ser gerente ou dono do posto de combustível? Um gerente qualificado, responsável, que conhece todas as normas e com sentimento de dono é bem valorizado no mercado e difícil de encontrar. Esse profissional carrega um fardo grande e acaba recebendo por volta de 3 salários, além do acréscimo de periculosidade, em média R$3.900,00 nos grandes postos.
Se por um lado tem obrigações, por outro tem benefícios que sendo patrão está cada vez mais difícil de desfrutar… 30 dias de férias e décimo terceiro salário. A maioria dos revendedores não sabe há anos o que são férias e a retirada no fim de ano não existe para a maioria, muito pelo contrário.
Será que vale a pena essa ambição do negócio próprio? Não seria melhor ter um bom cargo, com uma remuneração que permita uma vida simples e sem riscos, com tempo para curtir os filhos, ir a praia, férias com 30 dias de descanso e ainda ter um décimo terceiro salário para aproveitar o Natal com fartura?
Deixo essa pergunta no ar, se você fosse o gerente do seu posto e não tivesse como obrigação cuidar do dia a dia da pista e do gerenciamento, seria um bom negócio?